segunda-feira, 25 de julho de 2011

Papo de Pescador – Paixão Hereditária

Na família Coccareli torcer para o Santos é mais que tradição, é obrigação. Uma herança passada de pai para filho, desde o avô até o irmão caçula. Todos na família de Marcos Coccareli, 20 anos, são santistas.
O jovem não teve muita escolha, ainda muito pequeno já vestia a camiseta do clube. E se alguns anos atrás vestir a camisa preta e branca era imposição, hoje, faz isso por paixão.

Aos 10 anos, Marcos pisou pela primeira vez em um campo de futebol. Para os mais supersticiosos, o garoto levou sorte ao Peixe.  Em um amistoso realizado no Anacleto Campanella, no dia 28 de julho de 2001, Santos e São Caetano se enfrentaram e o time alvinegro levou a melhor, fez 1 a 0 em cima do adversário e saiu de campo com a vitória.

Marcos costumava acompanhar os jogos pela televisão, em casa. Mas na final do Brasileiro de 2002, ele estava lá, na arquibancada do Morumbi e viu o Peixe levantar a taça de campeão. 


 “Depois de ver o Santos levantar a taça, eu comecei a ir ao estádio. Toda vez que o Santos joga em São Paulo, eu estou lá”, conta.

Diferente de muitos torcedores que viram o Santos ficar na fila por anos, Marcos vem de uma geração privilegiada. Viu o time alvinegro ser campeão Brasileiro duas vezes (2002 e 2004), campeão Paulista quatro vezes (2006, 2007, 2010 e 2011), campeão da Copa do Brasil (2010) e, mais recentemente, presenciou o mais importante título dos últimos 48 anos, a Copa Libertadores.

Com o tri da Libertadores, o Peixe carimbou o passaporte para o Mundial de Clubes da Fifa, que acontecerá no Japão entre 8 e 18 de dezembro. Na opinião do jovem torcedor, as chances são grandes de voltar com o título para casa.

“Acho sim que o Neymar e o Ganso ficam no Santos até o fim do ano e acredito que esse time tem muitas chances de vencer o Mundial”, fala esperançoso.

Quando o assunto é o futebol das antigas, a chamada “Era Pelé”, Marcos conta que sabe apenas o que vê em vídeos e o que ouve de histórias que contam. Diz saber do time brilhante que o Santos tinha naquela época, mas que sente orgulho de fazer parte desta geração. Uma geração que poderá contar as próprias histórias e vivenciar as próprias emoções.

E se Marcos faz parte da nova geração, seu ídolo também. Diferente da maioria dos garotos que se espalham em Neymar, o jovem tem como inspiração o lateral esquerdo, Léo.

“Apesar de não ser um grande jogador e não fazer muitos gols eu o admiro pela sua raça, pelo que ele representa e pelo que passa para o time”, fala.

Marcos diz ter consciência de que Léo está longe de ser um grande craque, mas que o admira mesmo assim. A admiração é tanta que em qualquer lugar que joga bola, seja com o time da igreja, ou com os amigos na rua, faz questão de ficar com a camisa 3, número usado pelo lateral.

E apesar de toda a idolatria, revela que Léo não está na sua lista dos cinco melhores jogadores que, em sua opinião, já passaram pelo Santos. E depois de um longo suspiro, a lista é revelada.

“Para mim, os verdadeiros craques da Vila são Rodolfo Rodrigues, Pelé, Pepe, Robinho e Neymar”, finaliza com um sorriso tímido.

Um comentário:

Mauricio disse...

Legal o cara ter o Leo como ídolo. Muito bom