domingo, 14 de agosto de 2011

Papo de Pescador - Santista, ele contrariou o pai, mas convenceu o filho

Beto e seu filho Caio
Paixão santista passada de pai para filho
Em homenagem ao dia dos pais, o Papo de Pescador conta hoje a história de Roberto Oliveira Souza, o Beto.

Apesar de pertencer a uma família de pai, mãe e irmãos torcedores do Corinthians, ele é santista desde pequeno. Seu pai, o único corintiano entre 12 irmãos são paulinos, não teve argumentos para influenciar a decisão do filho. “Até porque na época em que eu era criança o Corinthians amargurava um jejum de 20 anos sem título e tinha até o apelido de faz me rir”, lembra Beto, que nasceu em 1973. Já o Santos, no mesmo período, vivia dias de glória na era pós Pelé e com a primeira geração dos “Meninos da Vila”. Foi assim que o Peixe ganhou mais um torcedor.

Quem acompanha os craques da Vila de hoje, como Ganso e Neymar, pode saber um pouco do que Beto sentia ao ver em campo Giovanni, Guga e Serginho Chulapa. A paixão pelo Santos era tanta, que nada o impedia de assistir aos jogos, nem mesmo o trabalho. “Inventei uma doença e faltei três dias para ver Santos e Grêmio, em Porto Alegre, no Brasileirão de 1995. Usei a mesma desculpa e atestado falso para ver Santos e Cruzeiro no Mineirão”, lembra ele.

Anos depois, a paixão pelo Santos continua a mesma, mas a responsabilidade fala mais alto. Nos finais de semana em que não trabalha, Beto prefere a segurança e o conforto de ver os jogos do Santos esparramado no sofá de casa. “Depois que meus filhos nasceram mudei minhas prioridades, mas não deixo de ver os jogos do Peixe. Às vezes levo meu filho ao estádio, mas quando não dá, é pela televisão mesmo”.

Filho de peixe

Caio em dois momentos:
Com o "polêmico" uniforme do Corinthians (esq.)
e com seu ídolo Robinho (dir.)

E o filho de Beto quase seguiu o mesmo caminho contraditório do pai e do avô na hora de escolher o time. Caio de Souza, hoje com 13 anos, saiu da maternidade, vestido pela mãe, com um macacão do Corinthians. Beto jura que não se preocupou com a provocação da mulher corintiana e faz piada da situação. “Ela gastou dinheiro à toa comprando roupinhas do Corinthians, eu sempre soube que quando meu filho crescesse seria santista. E realmente, quando ele começou a se interessar por futebol, trocou o Timão pelo Peixe. Ele me via vibrar com o Santos e sair de casa pra ir ao estádio, aí não teve jeito”, conta Beto.

E se os ídolos de Beto são Pelé e Pepe, os de Caio são Robinho e Neymar, que ele adora ver jogar. “Comecei a levá-lo ao estádio com 7 anos e a princípio só na Vila, que é mais tranqüila e só tem santista”, conta o pai. E até hoje, mesmo com o Santos atuando várias vezes em São Paulo, Beto e Caio preferem ver o Peixe jogando em casa. “Moro em São Paulo e ver meu time jogar no Pacaembu, por exemplo, é mais fácil pra mim, mas o lugar do Santos é na Vila. Não importa quantos torcedores caibam no estádio e nem se o clube tem mais lucro ou não”, alfineta ele.

Beto, assim como muitos torcedores do Peixe, não está satisfeito com os craques do Santos desfalcando o time, durante o Brasileirão, para servir à seleção. “Até a Copa de 94 eu torcia mais para o Brasil. Hoje prefiro ver o Santos campeão paulista ao invés do Brasil campeão mundial”. Já a posição do time, perto da zona de rebaixamento na tabela da competição, não preocupa Beto. “Acho que é um relaxamento natural após o título na Libertadores. Se o Santos jogar metade do que sabe, ainda dá tempo de ficar entre os melhores colocados do Brasileirão. Ganhar o campeonato já é mais difícil, mas o que eu quero mesmo, neste ano, é ser campeão mundial”.

Feliz dia dos pais!

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